quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Conheça Ipanema

Quem viveu por aqui há uns trinta, quarenta ou mais anos deve estar lembrado da Churrascaria Pirajá e da jaguatirica que lá existia, do Cinema Astória (depois TV Excelsior), da Casa Reis (papelaria do meu amigo Manoel Reis, que está lá até hoje), do Foto Máximo (onde revelei os meus primeiros filmes), da Sorveteria do Morais.

Ainda existe o largo conhecido por Bar Vinte, assim chamado porque a Rua Visconde de Pirajá se chamava Rua Vinte de Novembro e havia um "Bar Vinte de Novembro" naquele local em que o bonde fazia a volta. Ali já houve um posto de gasolina e, quando criança, lá se vão mais de cinqüenta anos, era tratado como se automóvel fosse, tomando uma ducha ao voltar da praia. Era a época em que só havia casas e pequenos prédios em Ipanema.

Ipanema tem muitas histórias. Estas, espero, começarão a aparecer e a enriquecer esta página a ela dedicada.

Sabendo da minha intenção de escrever sobre Ipanema, amigos me telefonam dando suas idéias e sugestões:

-- Não esqueça de mencionar o Zepelin, e aquela Churrascaria que o Vinicius adorava freqüentar!  Há muita coisa a recordar!


O desenvolvimento da zona sul foi forçado pela chegada da corte portuguesa no século XIX, quando a população da cidade (capital na ocasião) passou de sessenta mil para quinhentos mil habitantes. A corte preferiu seguir rumo norte, em direção à Floresta da Tijuca, enquanto o corpo diplomático e os ingleses preferiram a Zona Sul, onde só haviam vilas de pescadores.[1]

O loteamento de Ipanema começou após a fundação da Villa Ipanema em 1894 pelo Barão de Ipanema. Apesar de Ipanema ter se desenvolvido primeiro que o Leblon, as terras de Ipanema também pertenceram ao francês Charles Le Blond, que as vendeu a Francisco José Fialho, que por sua vez as vendeu ao Barão de Ipanema em 1878.[1]

O nome Ipanema que significa "água ruim, rio sem peixes" em tupi-guarani[2]. No entanto o bairro recebeu o nome Ipanema por conta de seu fundador, da mesma forma que Charles Le Blond atribuiu seu nome ao Leblon.

Interessado no loteamento da região, o Barão de Ipanema configurou as praças Marechal Floriano Peixoto (atual Praça General Osório) e Coronel Valadares (atual Nossa Senhora da Paz), abriu a avenida Vieira Souto, as ruas Alberto de Campos, Farme de Amoedo, Prudente de MoraisNascimento Silva, Montenegro (atual Vinícius de Moraes), Vinte de Novembro (avenida Visconde de Pirajá), Quatro de Dezembro (hojeTeixeira de Melo), Dezesseis de Novembro (Jangadeiros), Vinte e Oito de Agosto (Barão da Torre), entre outras.[3]

O período de maior adensamento do bairro se deu a partir dos anos 60, quando houve o avanço da especulação imobiliária sobre o bairro, substituindo casas por edifícios. Os preços dos imóveis disparam e Ipanema passa a ser um dos bairros mais caros do Rio de Janeiro. Sinônimo de vanguarda, nos anos 60 e 70, Ipanema é palco do Tropicalismo, da Bossa-Nova, do Pasquim, do Teatro de Ipanema, da tanga e do top-less.

A partir dos anos 90 passou a ser freqüentado pela comunidade homossexual de todo o Rio de Janeiro. Atualmente, conta com diversas atrações que buscam cativar este público, tanto na Praia de Ipanema quanto no bairro, como por exemplo na rua Farme de Amoedo.

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