quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Conheça Copacabana


A primeira lenda que se conhece sobre Copacabana, o bairro, que já tinha este nome, conta que duas baleias, encalhadas segundo alguns, livres segundo outros, teriam aparecido na praia, no final de agosto de 1858. Entre os dias 22 e 23 daquele ano, centenas de pessoas - com o imperador Pedro II e sua comitiva à frente - deslocaram-se para vê-las.
Os mais ricos seguiam de coches, puxados a cavalo, e levavam um grande farnel barracas para se acomodarem. Outros iam a cavalo, ou mesmo a pé. As baleias não estavam mais lá, apesar disso, quem ficou na praia divertiu-se muito, num piquenique que durou três dias e três noites.

Começou daí o namoro da população do Rio de Janeiro com aquele areal inóspito e insalubre, que em meados do século XVIII, trocara o nome de Sacopenapã (toda a região de Copacabana até a Lagoa Rodrigo de Freitas), em tupi o caminho das socós (ave pernalta, da família dos ardeídeos, muito abundante nas restingas do Rio de Janeiro), por Copacabanamirante do azul, em quichua (nativos doPeru e da Bolívia) e, também, vem do termo aymara arcaicoCopakawana e significa aquele que atira a pedra preciosa.

Na península de Copacabana, ao Sul do lago Titicaca, entre os países do Peru e da Bolíviaexiste uma capela onde está uma imagem da Virgem Maria, supostamente milagrosa. Uma réplica dessa imagem foi mandada para o Rio de Janeiro que construíu uma capela, no local onde hoje é o Posto Seis, e foi dedicada a Nossa Senhora de Copacabana, surgindo o nome do bairro.

Entretanto, a região só foi incorporada à cidade em 6 de julho de 1892, com a inauguração provisória do Túnel de Real Grandeza, atual Túnel Velho, cujo nome correto é Túnel Alaor Prata. Nessa ocasião, com a presença do presidente, em exercício, Marechal Floriano Peixoto, foi lavrada uma ata que marcou, oficialmente, o nascimento do bairro de Copacabana.

Esse grande melhoramento permitiu que fosse estendida uma linha de bondes, a princípio de tração animal, até a Praça Serzedelo Correia. Posteriormente, estenderam-se ramais até o Leme e o fim da Rua Nossa Senhora de Copacabana.

Túnel Velho

Outro túnel, conhecido como Túnel Novo, só foi construído em 1904 e um segundo ao seu lado bem mais tarde, ambos cortam o Morro da Babilônia.

Desde os primeiros anos do século XVIII, muitas terras de Copacabana eram desmembradas em chácaras de variadas dimensões. Em 1779 Copacabana é integrada no sistema defensivo da cidade, para evitar a entrada de piratas, com a edificação de fortificações no Reduto do Leme do Forte do Vigia, no morro da Babilônia e o Reduto de Copa-Cabana, junto aPonta da Igrejinha. Já existiam as baterias do Inhangá do Reduto do Leme.

A pintora e escritora inglesa Maria Graham, em 1824, publicou o primeiro livro que mencionava Copacabana. Em seu livro Diário de uma viagem ao Brasil, a autora faz este relato: Depois que voltei, juntei-me a um alegre grupo num passeio a cavalo aCopacabana, pequena fortaleza que defende uma das baías atrás da Praia Vermelha e de onde se pode ver algumas das mais belas vistas daqui. As matas das vizinhanças são belíssimas e produzem grande quantidade de excelente fruta chamada cambucá, e nos morros o gambá e o tatu encontram-se freqüentemente.

Jean Baptiste Debret, que veio ao Brasil como membro da Missão Artística Francesa, descreve, em 1834, em sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil:

Vê-se no meio da areia a pequena igreja de Copacabana, isolada num pequeno platô, mais a direita um segundo plano, formado por um grupo de montanhas, entrando pelo mar e esconde a sinuosidade do banco de areia, cuja extremidade reaparece com sua parte cultivada, tão reputada pelos seus deliciosos abacaxis.


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